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sábado, 10 de julho de 2010

VAMPIROS

Aaah os vampiros!...
Está na moda escrever sobre estas fantásticas criaturas nocturnas, tão na moda que acabaram por torná-los em algo vulgar, é no mínimo... irritante.

Convenhamos, nem todos os autores conseguem escrever sobre este tipo de personagens. Estas são criaturas antigas, diabolicamente misteriosas. Quando pensamos em vampiros, pensamos no Drácula, pensamos primeiro em Bram Stoker e logo a seguir em Anne Rice talvez. Não pensamos em vampiros júniores que frequentam o liceu local e são vegetarianos, vegans ou macrobióticos. Não pensamos: "Ok, os vampiros precisam de sangue para sobreviver mas matar pessoas é mau, por isso vamos só pô-los a matar animais". Mas o que é que é isto?

Isto quer dizer o quê? Que passar a mensagem aos jovens de que beber o sangue de humanos para sobreviver é mau, mas chacinar animaizinhos e beber-lhes o sangue o sangue já é bom. Ora bem, pessoalmente, parece-me que há aqui um ligeiro problema moral, mas este problema moral é do autor, não é da personagem. Assim como assim, a querer querer criar personagens de vampiros com rebates de consciência - traços que normalmente são característicos da condição humana - mais vale pô-los a roubar bancos de sangue.

Outro aspecto que me tira do sério, nesta moda, é o facto deste universo - de um momento para o outro - se encontrar pejado de vampiros adolescentes. Vamos lá a ver uma coisa... juntar a condição de vampiro à condição de adolescente (ou vá-lá, pré-adulto) é algo absolutamente aterrador! Se a adolescência, por si só, já é uma fase complicada, ser vampiro e adolescente ao mesmo tempo é a destruição total, até porque a tendência de uma personagem destas é, ao longo do tempo, a loucura.

É por motivos como os que acabei de referir que nem todos os autores conseguem, efectivamente, escrever sobre Vampiros. Porque para se criar uma personagem destas que seja consistente é preciso conhecer muito bem a natureza sobrenatural destas criaturas e no que é esta difere da condição humana.

E honestamente, acreditam mesmo que uma personagem como, por exemplo, o Drácula alguma vez olharia para um adolescente de outra forma que não a da perspectiva da comida? Eu tenho as minhas dúvidas.

2 comentários:

  1. Já assistisse a série Angel? Há coisas que desconheces em vampiros!

    Angel, assim como Buffy, é uma série riquíssima em substância. Foi concebida como uma metáfora para redenção e consciência moral, pois o vampiro Angel, depois de ter sua alma restaurada por uma maldição cigana (quando um membro foi assassinado por ele), passou a viver na angústia de seus horrendos atos do passado, buscando todo meio de se redimir, ajudando os indefesos. Primeiro, ele foi á Sunnydale ajudar Buffy Summers em sua caçada (na série Buffy), mas eles se apaixonaram, e ao encontrar a felicidade completa nos braços dela, Angel perdeu a alma novamente (como parte da maldição). Voltou a ser o vampiro inescrupuloso chamado Angelus, enfrentando Buffy até a morte. Porém, Angel conseguiu sua alma de volta, e apesar de quererem tentar, tanto ele quanto Buffy sabiam que o relacionamento nunca daria certo. Angel então deixa Buffy e parte para Los Angeles, em sua própria caçada contra o mal. Começa então a série Angel.

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    1. Olá,
      Apesar de estar a responder quase com um ano de atraso, penso que o importante é a resposta e não tanto o tempo.

      Já assisti à série da Buffy, do Angel, True blood, Vampire Diaries (e estou a falar desta última temporada que ainda não está a passar na televião portuguesa). Creio também que já terei visto praticamente todos os filmes que têm vampiros (dos piores aos melhorzitos), não terei lido todos os livros que falam sobre o tema, mas já li bastantes e escrevi a minha primeira história de e sobre vampiros, quando tinha 16 anos.

      Escrevi 200 páginas e - estupidamente - quando a terminei creio que a deitei fora. Escrevi-a num dos primeiros computadores que tive, gravei-a numa disquete e não faço a mais pálida ideia do destino que lhe dei.

      Conheço esse universo fantástico há muito tempo e sei que não é fácil introduzir elementos novos que marquem uma diferença pela positiva.

      No enredo que refere, no qual o Angel se apaixona pela Buffy e acaba por perder a sua alma, existe um elemento interessante e que pode ser explorado (e que o é posteriormente na série dos Diários de uma Vampiro) que é o facto dos Vampiros terem os sentidos muito mais apurados, fazendo com que as suas emoções se tornem muito mais intensas.

      Por outro lado, quando falamos de seres muito antigos podemos de considerar várias possibilidades de comportamento mas partindo sempre do principio de que são criaturas sempre superiores à condição humana.

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